A explosão demográfica que se seguiu à II Guerra Mundial colocou ao século XX mais uma grande batalha: a de alimentar a Humanidade. O aumento exponencial da produção agrícola garantiu que o mundo tivesse acesso a alimentos, mas isso só foi possível porque os fertilizantes químicos tiveram um papel fundamental neste processo.
O fertilizante é o alimento que as plantas precisam para crescerem e se desenvolverem. As plantas precisam de luz, gás carbónico, água e nutrientes como o nitrogénio, o fósforo e o potássio. Mas dificilmente o solo consegue proporcionar todos estes elementos em quantidades ideais. E é para colmatar esse défice que os fertilizantes ganham força, proporcionando às plantas um melhor uso dos seus recursos.
O primeiro verdadeiro contacto do homem com os fertilizantes remonta ao Neolítico, há doze mil anos, quando a agricultura e a pecuária permitiram ao homem pré-histórico sedentarizar-se.
Os dejetos de animais, os detritos vegetais, as cinzas e as argilas foram os primeiros fertilizantes naturais usados pelo homem para adubar a terra, durante a Revolução Neolítica ou “Revolução Agrícola”, que ocorreu em diferentes lugares, como o Médio Oriente, a Ásia e a América Latina, expandindo-se por todo o mundo.
Ao longo deste período, o homem pré-histórico sedentarizou-se. Desenvolveu a agricultura, domesticou animais e plantas, inventou utensílios avançados em metal e estabeleceu relações de trocas culturais e comerciais com outros grupos. Graças ao sedentarismo, a população aumentou e surgiram as primeiras cidades ou assentamentos.
Antigo armazém de adubos no Barreiro da CUF (agora Bondalti)
Os agricultores dedicavam-se com afinco à lavoura e as técnicas de adubação com cinzas e esterco animal continuaram a florescer, tornando-se numa espécie de negócio na região que compreendia a França, a Bélgica e a Flandres, já durante a Idade Média. Para compensar a perda de nutrientes no solo, os agricultores introduziram, também, o pousio e a rotação de cultivos.
Mas o desenvolvimento das cidades, com as suas enormes necessidades de abastecimento de alimentos e o aparecimento da indústria, acelerou exponencialmente o consumo e a dispersão desses nutrientes do solo, muito para além de sua capacidade de regeneração.