A simplicidade com que se replica o fenómeno da eletrólise, mesmo na sua forma mais básica, é porventura proporcional à importância que detém na sociedade atual. Resumidamente, a eletrólise consiste na transformação de energia elétrica em energia química, justamente o oposto do que ocorre numa vulgar pilha de um comando de televisão.
Definida etimologicamente como a “decomposição pela eletricidade”, a eletrólise pode tomar várias formas, mas existe sempre um denominador-comum: para que ocorra, é necessário fornecer artificialmente ao processo corrente elétrica contínua – trata-se, portanto, de uma reação provocada, não espontânea.
Este fluxo de energia percorre os elétrodos de uma célula eletrolítica forçando os eletrões a participar em reações provocadas de oxidação num dos elétrodos (o ânodo) e de redução no outro elétrodo (o cátodo). É através desta descarga elétrica aplicada que é possível decompor moléculas e obter os produtos pretendidos.
A eletrólise divide-se em dois tipos essenciais: a eletrólise ígnea, em que a substância líquida está fundida, sem a presença de água, e a eletrólise em meio aquoso, na qual uma substância é dissolvida em água, formando uma solução eletrolítica.
Em meio aquoso, se realizarmos a eletrólise da água conseguimos separar o oxigénio do hidrogénio. Mas se adicionarmos sal (cloreto de sódio) à água, tendo como resultado uma salmoura, então já será possível obter cloro, esse elemento essencial em muitas atividades, ou até mesmo para garantir uma necessidade básica, que é a água potável.
Mas não só: a partir deste processo, designado de cloro-álcalis, é possível também obter hidróxido de sódio (vulgarmente conhecido por soda cáustica), hipoclorito de sódio (um poderoso desinfetante conhecido como lixívia), ácido clorídrico (com o nome comercial de ácido muriático), bem como hidrogénio, que muitos consideram ser a energia do futuro. Trata-se, em suma, de um conjunto de derivados com extensa aplicação em contextos domésticos e industriais.